domingo, 9 de agosto de 2009

Mente-me, diz que sou a tal !


Pelos ombros, caío-me a fragilidade do teu toque, tal como a porcelana e, com um brilho róseo que te era conferido pela luz do candeeiro... e a minha respiração tornou-se ofegante, aquela abundante cascata e,segurando-me por detrás do pescoço, aproximou o meu rosto ao seu.
Os lábios saborearam-lhe o calor e a sua suavidade e ambos deixamo-nos envolver por uma ânsia enorme e pelas emoções retidas durante semanas a fio. A sua bocapercorreu-me o pescoço, beijoume os ombros, os seios e o vale entre estes, ao mesmo tempo que as susas mãos se perdiam na pele firme e me exploravam todo o corpo, até fazer-me despertar para uma fogosidade semelhante à dele. Senti-me tomada de um calor desconhecido, como que uma queimadura que se apoderava do mais íntimo de mim.
O corpo ergueu-se num arco, ao encontro do dele. Ansiava por se lhe unir por sermos seres num só, e maravilhei-me, ante aquele prazer nos nossos corpos, surpreendida ante a facilidade com que a relutância se dissipava como se jamais tivesse existido. E entreguei-me-lhe de alma e coração, recebendo os seus beijos e correspondendo, fogosamente, às suas exigências.
Pensei que tudo isto era verdade, mas, quando acordei, olhei em meu redor e vi que nem a tua presença conseguiria soletrar.
Estas longe do meu ser e sempre.
Mente-me, diz que sou a tal.





SARA RAMALHO

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