quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Lubrificaste-te

O quarto apresentava-se inundado de uma luz suave que se infiltrava pela escuridão dos meus olhos.
A seda, vermelha-palida, que forrava as paredes das minhas veias, serveria também de reposteiro aos meus ouvidos que, enganados, pensavam que virias.
Engoli em seco e mantive-me silenciosa, mordendo as palavras que, inicialmente, me dispusera a articular. E cometi um erro que lamentaria a vida inteira, pois, se tivesse falado, se tivesse reivindicado, saberia que eras tu e, que irias ficar.
Tudo isto estava predestinado para acontecer, desde o primeiro instante em que tu, a tua luz, me socumbiram um sorriso de belas lembranças
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SARA RAMALHO

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