terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Leva-me ao céu! Quero ver a vista lá de cima.




O céu estava estrelado, não havia espaço para mais nenhuma estrela de tão preenchido que este estava.
Era assim que o via através da janela enquanto esperava que subisses a escada e entrasses no meu quarto, para me idolatrar.
Ao entrares esqueci-me completamente do mundo escuro e luzivo que lá fora havia.
Comecei por te acariciar a face, ao que correspondeste. Foste percorrendo a mão pelo meu corpo à medida que a respiração se tornára afogante.
Caímos, então, sobe a cama, numa imensidão de respirações descontroladas e num rebuliço de sentimentos.
A roupa foi saíndo dos nossos corpos como as lagrimas que caiem dos olhos de uma criança com medo de ficar só no mundo.
Cada vez menos tinhamos noção e consciência do que estavamos a fazer, a sentir.
Não nos lembravamos sequer de ter de continuar a respirar para que o pouco de ar que nos restara servisse de alguma coisa.
Foi então que o meu pensamento me levou para outra dimensão, para um outro lado.
Leva-me ao céu! Quero ver a vista lá de cima.






SARA RAMALHO

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Levai-me


É difícil respeitarem um sentimento, por mais egoísta que este possa ser? É! Para vós que pensais que tendes o rei na barriga e que o mundo gira em torno de si só, é. É muito difícil! Não podeis pensar que tendes sempre o mundo em órbita de suas mãos. Não podeis! Por cada vez que assim pensais, existe, de um outro lado, uma gata borralheira que serve, nas horas vagas, de vossa Cinderela.




SARA RAMALHO